Resenha: Meninos sem Pátria


Livro: Meninos sem Pátria
Série: Série Vaga-Lume
Autor(a): Luiz Puntel
Gênero: Infanto-juvenil
Editora: Ática
Páginas: 127

   Sinopse:

Filhos de um jornalista perseguido por questões políticas, Marcão e Ricardo foram forçados a deixar o Brasil. Juntamente com seus pais, os irmãos fugiram para o Chile e, em seguida, para a França. Acompanhando os passos desses garotos, o leitor vai conhecer a jornada de muitos jovens que tiveram de abandonar seu país por causa do regime militar, imposto em 1964.
Em seus livros, o consagrado escritor Luiz Puntel faz o leitor refletir sobre problemas brasileiros e assim adquirir uma postura crítica sobre a realidade que o cerca. Em Meninos sem pátria, o autor aborda os temas da ditadura e do sofrimento do exílio, além de levar o leitor para uma viagem por diferentes países e culturas.

(Sinopse padrão para Meninos sem Pátria, disponível nas páginas online dedicadas ao livro, no Skoob e na Livraria Cultura.)

   Na contra capa:

"Filho de um jornalista perseguido por questões políticas, Marcão conhece na adolescência o exílio.
Juntamente com a família, deixa o Brasil, vai para o Chile e a França. Faz amizades, aparecem os amores, mas ele sabe que é tudo provisório. Um dia, chegará o momento de retornar. Em Meninos sem pátria, de Luiz Puntel, você vai conhecer a difícil jornada de jovens forçados a abandonar seu país de origem."


   Por dentro da série:

Hey pessoal! Todos bem? Espero firmemente que sim. Fiquei um longo tempo sem publicar nada no blog, deixando tudo por conta da Karyne e da Bia, mas já estou de volta, ok? :D Problemas e tristezas da vida à parte, vamos mais uma vez adentrar nesse mundo delicioso que é a leitura.

E para começar com chave de ouro, e mudando um pouco a perspectiva que eu vinha abordando antes, vou mudar aquela agenda antiga, e recomeçar com novas ideias, retomando antigos prazeres e gostos. E um deles é a série Vaga-Lume, da editora Ática. Voltada para o público infanto-juvenil, mas sem menosprezar ou julgar a capacidade de raciocínio e compreensão deles. É uma série cheia de aventura, emoção, ação e um toque pessoal de princípios e valores morais. Encantando os leitores desde 1972 até a atualidade! Eu mesmo já li vários livros da série, mas no meu tempo de ensino fundamental e começo do médio; recentemente tive a oportunidade de adquirir alguns deles, e foi uma nostalgia só!

De qualquer modo, vamos ao que interessa! Para começar, vou falar sobre o livro Meninos sem pátria, do Luiz Puntel, como o próprio título da resenha já diz. Um livro bem propício para o momento, uma vez que ele aborda assuntos como a ditadura no Brasil, exílio, perseguição política e etc., assuntos tais que vem sendo bem comentados esse ano, e principalmente esse mês, com os pedidos de impeachment da atual presidente da república, por uma parte da população, mas não propriamente isso, e sim pelo pedido de várias pessoas (algumas 'personalidades' inclusive!) para a volta a um regime militar!

Hello??? Alguém com sanidade mental, que  conhece e compreende a história brasileira, realmente ACREDITA que a volta à um regime militar é progresso? Seria a solução?! WHAT?! Sem expressar preferência a nenhum partido político, mas totalmente contra essa ideia subversiva da "volta da ditadura", vamos ver o que Luiz Puntel nos oferece: para que nunca venhamos a esquecer, de modo a nunca repetir!

   Sobre o autor:

Luiz Puntel tem uma obra caracterizada pela preocupação com a realidade. Mineiro, de Guaxupé (cidade vizinha daqui! o/) pensou em ser padre, e até chegou a ingressar no seminário, mas mudou de ideia e passou a ser destaque como professor de Português e Redação. Conheceu de perto a realidade de crianças e adolescentes exilados no Brasil.



   O que mais gostei:

O protagonista da história é o Marcão, que é apenas um garoto. Acompanhamos a trajetória dele e de sua família durante os eventos que se situam no período da ditadura militar. O pai de Marcão, Zé Maria, é um jornalista de uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, Canaviápolis. Após denunciar a tortura e mortes de um padre e um professor da região, ele é ameaçado e obrigado a fugir. Deixando mulher e filhos. Mais tarde, vendo o cerco se fechar, e temendo por suas vidas, dona Terezinha, mãe de Marcos e Ricardo, e ainda grávida de um terceiro filho, recebe instruções de sair de sua cidade juntamente com os filhos, para sua segurança. Algum tempo de paz se passa, enquanto eles residem em um convento, mas logo eles tem de abandoná-lo e partir em busca de auxílio no exílio, indo para Bolívia, para de lá seguir ao Chile, onde encontrarão o pai e marido, seu Zé Maria.

Bem, essa foi uma pequena introdução na história, algo que os fizesse querer ler, mas que os motivasse a isso. Eu sempre fui mais sensível em histórias que abordam a realidade infantil. E essa é uma delas: crianças em fuga, famílias separadas, a insegurança em cada passo, o medo e o desconhecido de uma terra estrangeira. E essa foi a realidade que o nosso país enfrentou nas décadas do regime militar.

Vamos ver a adaptação das crianças em um país onde língua e costumes diferiam dos seus, os traumas, a vivência da família. A recepção dos nativos aos exilados. E embora a história seja dramática por natureza, há alguns momentos de descontração, e até humor, e vemos que algumas coisas são universais, como o amor ao próximo e a amizade verdadeiro, além de que o fator humano é imprevisível. Além disso tudo, ficamos conhecendo um pouco mais da França, e de seus costumes.

Luiz Puntel traça seu texto de uma forma deliciosamente brasileira: a linguagem, os regionalismos, inclusive o jeito carinhoso do brésilien, como os franceses nos chamam. Lembra aquela conversa de casa, do papo com os pais, dos jeitos e trejeitos, é de emocionar de tão simples, e ao mesmo tempo tão séria, a história.

   Curiosidades:

O livro cita diversas curiosidades sobre o nosso país:

* "...os brasileiros deveriam chamar-se brasilienses. Brasileiro era o português que vinha enriquecer na colônia."

* "...a nossa bandeira foi pintada por um francês, um tal de Debret, que esteve pelo Brasil em uma viagem diplomática. Ele pintou a bandeira do D. Pedro I e ela serviu de modelo para a bandeira atual."

* O começo do Hino Nacional brasileiro na verdade... : "Aquele pedacinho inicial que se chamava protofonia, tem letra. [...]


Espera o Brasil
Que todos cumprais
O vosso dever.

Eia, avante,
Brasileiros,
Sempre avante.

Gravai o buril
Nos pátrios anais
Do vosso poder.

Eia, avante,
Brasileiros,
Sempre avante.

Sem esmorecer
Com ânimo audaz
Cumpri o vosso dever
Na guerra e na paz.

À sombra da lei
à brisa gentil
O lábaro erguei
Do belo Brasil
Eia, sus, ó sus!"

   Citação Preferida:
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