Resenha: O Pequeno Príncipe


Livro: O Pequeno Príncipe
Autor(a): Antoine de Saint-Exupéry
Gênero: Literatura Infanto-Juvenil, Novela
Editora: Agir
Páginas: 96

   Sinopse:

O Pequeno Príncipe, devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações... O reencontro, o homem-menino.

(Sinopse padrão para O Pequeno Príncipe, disponível nas páginas online dedicadas ao livro, no Skoob e na Saraiva.)

   Na contra capa:

"Livro de criança? Com certeza.
Livro de adulto também, pois todo homem traz dentro de si o menino que foi.
- Amélia Lacombe"

   Sobre o autor:

Apaixonado desde a infância pela mecânica, iniciou no serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo. Obteve também o brevê de piloto civil. Ganhou o cognome de Senhor das Areias. Após quase 25 meses na América do Norte, Saint-Exupéry retornou à Europa para voar com as Forças Francesas Livres e lutar com os Aliados num esquadrão do Mediterrâneo, mais velho que a maioria dos homens designados e sofrendo de dores, devido às suas muitas fraturas.

A última tarefa de Saint-Exupéry foi recolher informação sobre os movimentos de tropas alemãs em torno do Vale do Ródano antes da invasão aliada do sul da França. Na noite de 31 de julho de 1944, ele partiu de uma base aérea na Córsega e não retornou.

Em 3 de novembro, em homenagem póstuma, recebeu as maiores honras do exército. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da Costa de Marselha. Seu corpo nunca foi encontrado.

Ele tem uma obra caracterizada por elementos de seu cotidiano, como a aviação e a guerra.


Antoine de Saint-Exupéry

   O que mais gostei:

O Pequeno Príncipe nos transporta para a infância, para os valores mais simples, para as cosias mais puras. Ele nos coloca diante do ponto de vista de uma criança, de como as coisas são vistas e entendidas. A princípio, como admitido na contra-capa do livro, este pode ser entendido como feito para crianças, mas um olhar mais apurado (ou não, dependendo do leitor, adultos precisam de muitas explicações detalhadas, crianças não! kkk') nos mostra todo o simbolismo que há, a representatividade que o autor tentou, e conseguiu passar.

Um jovem menino habitando sozinho um planeta distante, e minúsculo. Poucas são as coisas que esse jovem possuía: uma rosa vermelha com quatro espinhos, cuja semente foi trazida de muito distante, pelo ar; três vulcões, sendo um deles inativo, ele nos diz que os dois que funcionam são usados para preparar o café-da-manhã, e o terceiro como tamborete para sentar-se. 

Uma das ocupações do principezinho era a remoção dos brotos de baobás, que eram uma séria ameaça a planetas pequenos como o seu, quando tais plantas crescessem. Um dia, após uma rotina diária de conversas e cuidados com sua rosa, ele chegou a conclusão que iria partir, um tanto quanto desgostoso com ela, que exigia uma atenção e cuidados com uma postura um tanto arrogante.

Ele acabou por visitar vários outros planetas, e conhecendo os mais diversos tipos de pessoas. Cada uma dessas pessoas simbolizando um aspecto negativo da personalidade humana, ao meu ver (cabe ao leitor discernir o simbolismo presente na obra).

Primeiramente, ele conheceu o Rei (Controlador e querendo mandar em tudo e todos.), o Bêbado (Bebendo apenas pra esquecer... a vergonha que sente.), o Vaidoso (Aquele que deseja o elogio e apreciação alheia, acima de tudo. Egoísta.), o Contador (Que vive para acumular riquezas.), o Acendedor de Lampiões (cuja função é trabalhar, e embora não seja preguiçoso nem egoísta, acaba por ter apenas isso como único objetivo.) e o Geógrafo, que lhe dá informações úteis, mas que nunca sai do lugar. Através do Geógrafo, o Pequeno Príncipe fica sabendo da Terra, e dirige-se para cá.

Ao chegar à Terra, mais precisamente ao deserto, o Pequeno Príncipe, regiamente vestido, encontra o nosso narrador. E toda a história prossegue. Aliás, esqueci de mencionar, mas o narrador participa da história, sendo que na verdade, ele nos conta algo de seu passado, sobre seus desenhos de criança, incompreendidos na época. Não irei contar a história a partir daqui, afinal, desejo que vocês venham a ler e reler o livro. O que devo acrescentar ainda, é que tem um toque de delicadeza e simplicidade, e uma inocência incondicional. Nos remonta ao começo. Nos faz pensar.

As pequenas coisas, os pequenos detalhes, as coisas simples. Tudo o que deixamos passar nesse mundo moderno, agitado e conturbado. Ao que estamos prestando atenção? Com o que nos importamos? Será que estamos dando atenção de fato, ao que é primordial? Quais são nossas prioridades? No decorrer do livro, vamos descobrir como a questão de "se um carneiro comeu ou não uma flor em algum planeta distante" irá nos afetar.


Jiboias abertas e fechadas

   Curiosidades:

É o livro em língua francesa mais vendido no mundo, com cerca de 143 milhões de exemplares, e entre 400 a 500 edições.

* É a terceira obra literária mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 idiomas e dialetos.

Em Portugal, O Principezinho integra o conjunto de obras sugeridas para leitura integral, na disciplina de Língua Portuguesa, no 2º Ciclo do Ensino Básico.

No Japão, há um museu dedicado ao personagem principal do livro.

Na década de 80 foi lançada uma série de desenhos animados chamada As Aventuras do Pequeno Príncipe. A série foi feita pelo estúdio de animação "Vóvó Chantre" e foi ao ar pela primeira vez no Japão em 1978 sob o título Hoshi no Ōjisama Puchi Purinsu (星の王子さま プチ・プリンス Prince of the Stars: Petit Prince).

* Um filme será lançado, com previsão para outubro desse ano (2015), em modelo de animação. Fiquem com o trailer dublado!


   Citação Preferida:
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Um comentário:

  1. Caro Resenhista Ricardo Negreiros, parabéns pela "cativante" resenha que soube nuançar todas as sutilezas presentes nesse clássico "setentão" que é "O Pequeno Príncipe"! "Cativou" mais uma leitora! Abs, Letícia Avelar!

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